Vinte anos! É muito tempo ou talvez não

Vinte anos! É muito tempo ou talvez não

José Ângelo Pinto, PMI Portugal VP Governo, Políticas e Secretariado, Membro fundador

Dar um testemunho para a celebração dos 20 anos do PMI Portugal é, para mim, um ato muito emocional e no qual vou procurar ter poucos filtros, apesar de precisar de alguns.

As organizações são um reflexo das pessoas que nelas participam. É difícil comemorar os 20 anos do PMI em Portugal sem pensar nas diversas fases de maturidade da instituição.

Uma primeira fase no arranque, em que, como o novo bebé da família, todos os gestores de projeto e até os primos mais distantes tentam aparecer e participar para ver se podem ser padrinhos da criança ou se este bebé lhes abre as portas da família. Esta é a fase em que só com muito trabalho se consegue alimentar e desenvolver o bebé.  Com muita velocidade o bebé cresce e passa a criança; numa fase em que todos têm opinião sobre como pode crescer, o que pode ser quando for grande e de que maneira podem contribuir para o desenvolvimento. É uma fase em que é crucial separar o trigo do joio, envolver aqueles que o querem fazer altruisticamente e procurar libertar a criança da influência daqueles que apenas querem aproveitar as capacidades futuras da criança.

A terceira fase ocorre quando a criança passa a jovem – a fase que os Ingleses tão bem definem como “teenager”. É nesta fase crucial que se formam os valores, os princípios e a consciência pública do jovem adulto. É também nesta altura que os elementos afastados da família, aqueles que têm verdadeiro interesse no desenvolvimento do jovem se juntam e participam ativamente e altruisticamente na sua formação; através de projetos e desafios específicos que desenvolvem o jovem e que o fazem ser mais útil para a sociedade.

Finalmente o jovem adulto; fase em que o corpo está desenvolvido, mas que o espírito e as emoções precisam de ser estabilizadas e, muitas vezes, limitadas e outras vezes potenciadas para que o jovem adulto seja equilibrado e útil à sociedade.

Vivi, com diferentes intensidades, mas sempre em alguma função ou órgão todos os anos do nosso bebé, da nossa criança e do nosso jovem e agora do jovem adulto que celebra 20 anos. No início, como diretor fundador e tesoureiro. Quando o bebé precisava de proteção e de apoio permanente e poucos familiares diretos estavam disponíveis sem interesses próprios e era preciso proteger e garantir que a criança não colapsava. Na fase seguinte, como Presidente executivo da instituição; com muito orgulho por ter sido capaz de trazer para a organização familiares distantes, mas que rapidamente se transformaram nos melhores amigos da criança. Foi nesta altura que se lançaram as bases para muitos dos programas que hoje são a face publica da instituição. Na fase seguinte, como Presidente do Conselho Fiscal, mantendo uma vigilância saudável sobre as ações da instituição, mas deixando e até promovendo novas lideranças que foram capazes de moldar o espírito da criança – jovem e desenvolvê-la, fazendo-a crescer e sempre melhorando o campeonato em que o PMI Portugal atuava.

E, agora, na fase do adulto jovem e influenciável e respondendo ao desafio da Presidente e dos colegas da direção, como Vice Presidente do Governo, Politicas e Secretariado e com a difícil função de substituir a presidente nas suas impossibilidades.

A ética, a responsabilidade, a honestidade e a transparência são valores que o PMI Portugal e todos os que ajudam a associação têm muito consolidados neste momento; muito mais do que grande parte dos jovens adultos. É esta a base para podermos continuar a desenvolver esta organização; agora com os olhos postos no trigésimo aniversário, altura em que deve ser a maturidade organizacional o grande objetivo de todos. Muitos passos estamos a dar já para esse objetivo; como a elaboração de processos; a consistência e recorrência eleitoral e a capacidade que os diretores têm de funcionar como uma verdadeira equipa. As ações desenvolvidas no passado recente são, elas próprias, replicáveis e escaláveis e por isso, no futuro muito próximo teremos atingido essa maturidade e com ela teremos muito maior capacidade de crescer e desenvolver o PMI Portugal; como os nossos profissionais merecem que seja feito.

Para mim celebrar os 20 anos do PMI Portugal é, por tudo o que já escrevi, um momento muito especial e que me coloca num estado de satisfação interior que tenho dificuldade em explicar, mas que talvez possa expressar como uma certa satisfação por ter cumprido o meu dever e ter sempre procurado proteger os gestores de projeto, a profissão e associação.

Espero poder continuar a fazê-lo e atualizar este testemunho na celebração dos 30 anos.