Ser líder, ser mudança
Marisa Lago de Carvalho, Mind Bridges Founder
‘DIZ-ME ‘COM QUEM ANDAS’, QUE EU DIR-TE-EI QUEM TU ÉS.’
Estes últimos anos, em particular pós-pandemia, a expressão ‘liderança humanizada’, tem surgido imensamente em muitos dos clientes de Coaching que me chegam, independentemente da sua nacionalidade, área de atividade, ou até posição de liderança que ocupam dentro das suas organizações.
Assisto cada vez mais, a uma diversidade geracional nos lugares de liderança, como resultado das estratégias de recrutamento das empresas de tecnologia, start-ups, e até mesmo em organizações com culturas mais tradicionais que buscam a inovação, e a mudança.
E assim como de repente, seja um millennial a explorar como desenvolver as suas competências de liderança para gerir, e desenvolver equipas com elementos com mais experiência do que a sua; ou um líder da geração X, como resultado de um programa de desenvolvimento, ou de requalificação de competências de liderança, almeja-se a dita ‘presença executiva mais humana’, como a fórmula mágica que buscam, e definem como objetivo do seu processo de coaching.
Confesso que isto é ‘música para os meus ouvidos’, e a primeira pergunta que faço é ‘Acredita que isso existe?’, o que abre logo a verdadeira chave mágica para o que acredito verdadeiramente ser líder significa.
Ser líder, é ser humano.
Ser líder, é ser cada um de nós.
Ser líder é ser consciente de cada uma das escolhas que fazemos, e compreender que impacto é gerado.
‘Compreender o Impacto’ gerado significa: O impacto em mim, na minha equipa, nas outras equipas, nos outros stakeholders, dentro e fora da organização, no mercado, na indústria, e no mundo.
E o padrão que se assiste é que o foco, é sempre ao que é externo a nós próprios, o foco é no que achamos que os outros esperam de mim, no que o nosso chefe espera de nós, no que o chefe do meu chefe almeja, no que o mercado espera da organização, e de um líder nessa posição; e devagarinho, esquecemos de ‘andar connosco mesmos’, e ‘vestimos uma pele’ que não é nossa, e que nos transforma numa persona do que devemos ser.
Ser Líder É sentir conforto na ‘nossa própria pele’, mesmo quando sentimos o desconforto, ao facilitar as conversas que possam gerar controvérsia, ao enfrentar os nossos medos, ao partilhar as nossas dúvidas, ao aceitar que não temos todas as respostas, e ao cultivar espaços de confiança e escuta, para que os outros possam também ser o que são, independentemente do seu título ou função.
Só mostrando quem somos, e aceitamo-nos a nós próprios verdadeiramente, desenvolvemos a capacidade intrínseca de aceitar os outros como são, tornando-se mais claro o que está em controlo mudar ou não.
Afinal é connosco próprios que temos que ‘andar’ enquanto respiramos. ‘