A liderança de equipas multigeracionais
Riddhi Jamnadas, Doutoranda na Vienna University of Economics and Business, Áustria
Há uns anos, se me perguntassem, diria “a idade é relativa”. Cliché, não é assim? Verdade seja dita, nessa altura era, geralmente, a mais nova em muitos dos contextos. Hoje, o panorama é diferente, mas, continuo a acreditar no mesmo. Depende do que é convencionado pelas sociedades e do olhar de cada indivíduo sobre o tema.
A diferença de idades existente, com o aumento da esperança média de vida, assume-se como inevitável no âmbito das organizações. Não são meramente idades diferentes que coexistem, mas todo um modo de vida e de hábitos inerentes ao tempo a que os indivíduos pertencem que se juntam. É neste cenário que se torna relevante abordar o tema da diversidade geracional.
Numa altura em que convivem no panorama laboral quatro gerações distintas é importante perceber o que cada grupo procura alcançar através do seu trabalho. Enquanto uns consideram que “vivem para trabalhar” (baby boomers), na geração seguinte “trabalha-se para viver” (geração X). A geração Y acredita que “primeiro está a sua vida pessoal, depois o trabalho”. Já a geração Z perceciona o trabalho como apenas uma componente da vida.1 Nascida após 2010 emerge a geração alfa que, em breve, vai dar os seus primeiros passos no panorama profissional. Perante esta diversidade, é certo que devemos promover uma liderança geracional inclusiva.
Um estudo2 realizado nos últimos anos revela que existem preferências de liderança associadas a cada geração. Os baby boomers têm maior afinidade com os estilos mais diretivos e hierárquicos. A geração X privilegia a coordenação, a orientação e uma maior igualdade. A geração Y procura na liderança alguém que possa guiar e apoiar, enquanto na geração Z o que se espera de um líder é que empodere e que tenha um espírito colaborativo.
A prevalência de elementos dos diferentes grupos numa equipa de trabalho traz muitos benefícios. Os mais evidentes são o aumento da eficiência e da produtividade. A diversidade incrementa a competitividade, fomenta a partilha de conhecimento, promovendo a inovação e a criatividade.
Ações de formação, programas de desenvolvimento de liderança inclusivos, iniciativas de team building, eventos, momentos intergeracionais, regras que evitem estereotipar ou discriminar, mentoring, canais de comunicação abertos e a aprendizagem entre pares estão entre algumas das boas práticas que permitem uma gestão da diversidade geracional bem-sucedida. A integração de várias gerações no meio profissional é dinamizadora da mudança nas organizações e não é mais do que consequência e sinal da evolução dos tempos.