No fim e no princípio será sempre o PORQUÊ?
Terminou com chave d´ouro a última PM Talk do ano 2024.
Bem alinhado com o tema que nos guiou no decorrer deste ano, “Be the change”, Ricardo Naciff brindou-nos com o tema “Mastering the Art of Adaptation”. Um assunto que a nós, Gestores de Projeto, nos diz muito pois lidamos constantemente com adaptações que temos de fazer no rumo dos nossos projetos, lidando com a Volatilidade, ou “VUCA world” dos dias de hoje, como Ricardo tão bem falou.
A primeira questão lançada pelo autor demonstra bem a importância do que falamos “Why Project Management is mainly a CHANGE Management question?”
Esqueçam o Âmbito, o Budget e concentrem-se em primeiro lugar no “Porquê”. Escutem em primeiro lugar as vossas partes interessadas e formulem para cada uma delas o seu “Porquê” e só depois avancem para o resto. Porquê?
Como diz Winston Churchill “we must take change by the hand or rest assuredly; change will take us by the throat”. Sejamos nós a liderá-la.
Ricardo conta-nos uma história que se passou com ele em 2010 quando trabalhava para uma empresa Belga no mercado Sul-Americano. Na sua estratégia de expansão neste mercado a sua empresa comprou 3 empresas familiares que trabalhavam em segmentos de mercado diferentes. Assegurado o processo de compra, havia que construir um processo harmonioso de trabalho em conjunto.
As pessoas que estavam habituadas a trabalhar de uma maneira viram-se de um momento para o outro obrigadas a trabalharem em conjunto. O resultado desta mudança estava a ter impacto negativo em duas vertentes. O conflito entre as pessoas traduziu-se no aumento de horas extras dos trabalhadores e nos aumentos dos custos para a administração.
Para solucionar a questão, Ricardo colocou as pessoas todas na mesma sala para que em conjunto desenhassem um processo comum que visasse a que as pessoas saíssem às 17h com todo o trabalho feito. Desenhou o “Porquê” para as pessoas. Em simultâneo, para a administração os aumentos de produtividade com a consequente redução das horas extras seria o seu “Porquê”.
O mesmo “Porquê” comunicado de modo diferente fez toda a diferença.
Ainda alguns dados a reter:
– Nos EUA, desde 1960 com o aparecimento dos primeiros PC´s que temos vindo a assistir a um verdadeiro tsunami de inovação e o surpreendente tem sido a capacidade e a rapidez com que as pessoas se têm adaptado a essa inovação. Do computador, ao telemóvel, ao smartphone e ao tablet observamos tempos de adaptação cada vez mais curtos. (Singularity.com)
– É crucial a necessidade de adaptação das empresas a esta mudança. Segundo a Yale University, nos dias de hoje, 40% das empresas nos EUA irão desaparecer num futuro próximo. (Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity)
– 70% das iniciativas de Gestão de Mudança nas empresas falham
Talvez a frase escrita em 1859 em “A Origem das Espécies” por Charles Darwin esteja cada vez mais presente nos dias de hoje “Não é o mais forte nem o mais inteligente que sobrevive, mas sim o que mais rapidamente se adapta à mudança”
Ficamos a perceber o “Porquê” da imagem do camaleão que serviu de capa a esta maravilhosa Talk.
Obrigado por 2024 e boas mudanças para 2025.
Boas coisas acontecem quando nos envolvemos com o PMI Portugal.